sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Assalto ao poder



Finalmente, ao fim de dezanove dias o presidente da República indigitou Passos Coelho para primeiro ministro, na qualidade do líder partidário mais votado nas eleições, em coligação com o CDS.
Os partidos de esquerda levantaram um coro de vozes discordantes porque se juntaram para fazer frente à coligação e querem governar com o apoio do grupo de deputados que têm no parlamento. Ora, a esquerda está a cometer uma enorme fraude. Os partidos de esquerda concorreram às eleições em separado, apresentaram ideias opostas entre si, criticaram-se e atacaram-se mutuamente e agora dizem que são todos amigos.
A esquerda não quer governar o país, quer governar-se a si própria. A esquerda não quer o bem do país e do povo quer o bem próprio e pessoal, dos seus dirigentes e apoiantes, a esquerda não governa a favor do povo mas contra a coligação vencedora. A esquerda não quer construir o país mas apenas destruir a política da oposição. A esquerda não trabalha pela positiva mas apenas e só pela negativa. A esquerda não sabe o que quer mas só sabe o que não quer. A esquerda não tem programas, não tem projectos, não tem a capacidade de arquitectura para construir um edifício habitável, não tem materiais, não tem construtores mas só quem suje as paredes com gritos, quem assalte a mansão já construída, quem critique a cor das paredes, quem suje a alcatifa, quem diga mal dos locatários, poupados, trabalhadores, ajuizados, sensatos porque não querem abrir a porta a irresponsáveis, a depravados e a parasitas descarados.
A esquerda não ganhou as eleições. Cada partido de esquerda, em separado, foi derrotado nas urnas. O povo não os quis. Não têm o direito de se juntarem, depois de ficarem derrotados, para tomarem de assalto o poder. É um assalto ilegítimo e antidemocrático. Os partidos de esquerda não sabem governar porque, em qualquer parte do mundo em que assumiram o poder, só destruíram e empobreceram o povo. Todos os países do mundo onde estiveram no governo provam isso mesmo.
Uma verdadeira democracia deve dar o poder total a quem vence, quer seja por maioria simples ou maioria absoluta. Só assim se pode responsabilizar quem governa. Um governo que esteja atado de mãos e pés, que não consiga levar por diante as opções governativas porque a oposição não permite, não pode ser responsabilizado. Quem é que fica com a responsabilidade do caos e do marasmo em que o país mergulha?
Esta democracia é uma fantochada, é uma farsa. Só serve para financiar e manter os partidos a digladiarem-se mutuamente enquanto o país fica esquecido, desprezado, a morrer.

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