Exmo. Senhor Doutor
António Costa
Demita-se!
Em Novembro de
2015, publiquei na blogosfera uma carta
aberta dirigida a V. Excelência para dar conta da minha indignação e
revolta pelo facto de o PS, o partido da dívida, da bancarrota e da miséria,
ter voltado ao poder e por V. Excelência ter assumido o cargo ilegitimamente e
à revelia da vontade soberana do povo. Afirmei nessa carta que “Este governo
é a imagem da desgraça e da ruína – é negatividade total e absoluta” e
comparei os governos do PS ao chamado estado islâmico porque tanto um como o
outro semeiam a morte em nome da “liberdade”.
Infelizmente, os
factos estão a dar-me razão. O rasto de destruição e as imagens da morte das
vítimas do incêndio de Pedrógão Grande não são muito diferentes das imagens das
vítimas encarceradas e queimadas pelo estado islâmico. V. Excelência já
desempenhou as funções de ministro da Administração Interna, de presidente da
Câmara e muitas outras e, por último, tomou de assalto o poder em Portugal mas
parece-me que nunca aprendeu com os erros do passado. Já não é principiante
nestas lides mas, parece. O país tem sido pasto das chamas todos os anos e o
problema continua sempre no ano seguinte. Muito se fala de corrupção, de mãos
criminosas, mas ninguém, incluindo V. Excelência, conseguiu ou quis resolver
este enorme problema, mesmo quando ministro da Administração Interna. V.
Excelência sabe que uns miligramas de açúcar num refrigerante podem ser muito perigosos
para a saúde dos portugueses, mas é incapaz de descobrir por que razão as
florestas ardem todos os anos. Não posso acreditar que um primeiro ministro,
que devia conhecer o país ao milímetro, desconheça em absoluto quais as
verdadeiras causas destas enormes desgraças ou as desvalorize considerando que
são a fatalidade da chamada “época de incêndios”. Ainda não se sabe (nem se
virá provavelmente a saber, como é habitual) qual a verdadeira causa desta
tragédia de Pedrógão Grande, mas há suspeitas e dúvidas: mão humana? Causas
naturais? Mesmo que fosse a segunda hipótese, foram lançados alertas vermelhos,
o que significa que muito mais deveria ter sido feito para a evitar.
O problema não
se resolve com um decreto para que a floresta fique ordenada e deixe de haver
incêndios. O PS e os partidos que formam esta coligação negativa, que desgraça
o povo e o país, têm muitas culpas no cartório. Com esta tragédia, tornou-se
evidente para todos que o interior do país está envelhecido e despovoado. Desde
há anos que o PS e os seus aliados acabaram com os nossos melhores empresários
– “abaixo o capitalismo” – que davam emprego a milhares de portugueses, nas
suas terras, perto de casa. Agora temos cá um primeiro ministro, caixeiro
viajante, que se orgulha de vender o país ao capital estrangeiro enquanto as
florestas ardem todos os anos e os portugueses são obrigados a emigrar. Quem é
que reforma a floresta se o país está desabitado, abandonado e escravizado com
impostos para sustentar toda a classe política (“boys”) incompetente e parasita
que está e já esteve no poder?
Por outro lado, o
país está abandonado e envelhecido porque desde 2007, o PS e os seus aliados
oficializaram a morte das gerações futuras e por isso, hoje, é uma grande
hipocrisia querer encontrar bodes expiatórios na meteorologia, nas falhas no
combate às chamas, na protecção civil, etc. O problema já vem muito de trás. Desde
2007 são praticados cerca de 15, 16 ou 17 000 abortos por ano e as leis são
universais. Estes números são a imagem da precariedade que cria um ambiente
social hostil à vida e que se reflecte na ausência de condições favoráveis às
novas gerações. Porque é que o país está despovoado, senhor António Costa?
Porque é que as terras estão abandonadas? A solução é multar os velhos e os que
emigraram para que limpem os seus campos?
Se a reforma da
floresta e o problema dos incêndios não se resolvem de um dia para o outro, esta
enorme tragédia de Pedrógão Grande tem causas próximas e remotas e as culpas
são todas de quem ocupa e tem ocupado a cadeira do poder. Há décadas, a
calamidade dos incêndios às centenas, diariamente, está associada a um ar de
impunidade, de mistério, de secretismo, de suspeita, de interrogação que nunca
foram devidamente esclarecidos perante um país que sofre, empobrece e se
angustia, como se não houvesse um governo que pudesse e soubesse prestar contas.
Apesar dos enormes veículos da protecção civil que se instalam no teatro das
operações, das avançadas tecnologias de comunicação, dos veículos pesados, do
comando operacional, carregados de tecnologia, dos avançados meios de combate
por terra e ar, etc., o fogo reduz o país a cinza todos os anos. O que vale
toda esta encenação? Só para enganar o povo? “Não foi possível fazer mais!”
Nunca é possível fazer mais todos os anos?! Incrível!
Ficará para a
História que no reinado do ditador António
Luís Santos da Costa (que não ganhou as eleições), aconteceu a maior tragédia
dos últimos anos, na região centro de Portugal em Pedrógão Grande, no dia 17 de
Junho de 2017, em que morreram 64 pessoas, mais de duzentas ficaram feridas e ficaram
destruídas muitas casas e propriedades devido a um enorme incêndio que causou
milhões de euros de prejuízo.
Um motorista de
um autocarro que sofre um acidente, com vítimas mortais, é objecto de um
rigoroso inquérito e pode ser despedido ou castigado severamente. Podemos
aceitar que um primeiro ministro ilegítimo, sem as devidas credenciais, que
devia assumir uma responsabilidade acrescida, continue “ao volante do
autocarro” em que deixou morrer 64 pessoas e reduziu uma parte do país a
cinzas? Quem deve assumir a responsabilidade desta enorme tragédia? A quem
devemos exigir responsabilidade? A ninguém? Ao sol? Ao vento? Só?
Quem vai
devolver “aquela” vida quotidiana de quem perdeu a casa, o carro, as alfaias,
as hortas, as árvores do quintal, as suas coisas mais e menos importantes que
foram transformadas em cinza? Aqueles móveis antigos, objectos de estimação que
não valiam nada mas tinham muito valor? Os papéis, as fotos da família, o
recheio da cozinha antiga, única, do quarto, da sala simples e humilde? Aqueles
sítios de todos os dias, os bancos, os assentos de reunião com a família e os
amigos, safados pelo uso, enegrecidos, velhos, puídos? O recanto para a
“cavaqueira” de todos os dias para estar com os vizinhos? Aquelas ruas
estreitas ou largas, os becos, as calçadas, as flores, aquela nogueira antiga
que todos os anos largava nozes que rebolavam pelo caminho, as grandes árvores
que faziam sombra na praça, local de encontro de todos os tempos e de todas as
gerações? Todos aqueles habitats domésticos que criaram gerações, que guardavam
recordações, memórias, contentamentos e descontentamentos? Quem se
responsabiliza por tudo isto?
A tragédia de
Pedrógão Grande é o cúmulo de todas as tragédias que se têm repetido ano a ano,
todos os Verões. Desta vez a desgraça ultrapassou os limites. Desta vez não
morreram apenas as árvores, as casas e os habitats naturais e humanos, morreram
dezenas de pessoas que ninguém pode restituir à vida e nenhum dinheiro pode
pagar. Se não fossem as mortes, ninguém mais iria falar nesta desgraça. A
classe política continuaria nos seus corredores e gabinetes indiferente ao que
se passou, na capital onde a cinza não chegou, com o tacho garantido, enquanto
as vítimas que ficaram com a casa e todos os seus haveres em cinzas teriam
ficado completamente abandonados. Isto repetir-se ia ou repetir-se-á ao longo
do Verão: uma vaga de calor, novos incêndios aqui e além. Tudo “normal”.
Senhor António
Costa, o último parágrafo da carta de 2015 é o seguinte:
“Senhor António
Costa, não auguro nada de bom para o país, do seu governo. Vou estar atento e
irei exigir que assuma todas as responsabilidades, tal como prometeu, porque
não se brinca, à política, com as pessoas e com o país inteiro. Um governo que
apoia e financia a morte só pode esperar que o país se transforme num enorme
cemitério. Não vale a pena ter tanta gente no governo a não ser que desempenhem
a função de coveiros.”
Está na hora de
assumir todas as responsabilidades, senhor António Costa. Basta de
irresponsabilidades. Demita-se. Peça imediatamente a sua demissão.
O senhor afirmou
no parlamento que admite indemnizar as vítimas, caso o Estado seja responsável
pela tragédia de Pedrógão Grande? Claro que a responsabilidade é do Estado, mas
quem conduz os destinos do Estado é o governo. Como é possível que ninguém no
parlamento peça a sua demissão, senhor António Costa? Não acredito nesta
inércia e nesta apatia de toda a classe política. É completamente absurdo.
Não lhe pesa a
consciência por toda esta desgraça? Há quanto tempo desempenha funções
públicas? Ainda não teve tempo para conhecer este pequeno rectângulo, as suas
condições climatéricas para prever e prevenir acontecimentos desta natureza?
Esqueceu-se do
que prometeu quando assumiu o poder, que ia aumentar o rendimento das famílias,
que… etc., etc.?
Ainda não se deu
conta de que o povo é espontaneamente solidário, acudiu às vítimas da tragédia
de forma espontânea, independentemente das ideologias, dos credos e das opções
políticas enquanto o governo é e tem sido espontaneamente perverso,
incompetente e sectário?
Ainda não se deu
conta de que se o país ainda sobrevive, isso se deve ao povo que trabalha,
produz, é solidário, acode, ajuda, oferece e partilha o pouco que tem para
apagar o sofrimento e a angústia de quem perdeu tudo enquanto o primeiro
ministro foge às suas responsabilidades?
Onde espera que aconteça a próxima tragédia, no norte
ou no sul?