segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

A violência doméstica e a hipocrisia política


Violência doméstica a cada vinte minutos, vítimas de incêndios e destruição total de casas e fábricas, greves, protestos laborais desde a classe mais baixa à direcção, paralisação dos funcionários, das forças de segurança e socorro: bombeiros, polícia judiciária, magistrados, caos no SNS, cirurgias adiadas, etc. é este o cenário em que Portugal está mergulhado com um governo que não ganhou as eleições e prometeu que iria devolver a bonança e a estabilidade social. Vivemos numa espécie de estado de sítio e de calamidade.
Mas não deveríamos viver num mar de rosas com tantas “benesses” aprovadas nestes últimos anos? A liberdade (libertinagem) dos costumes, a promoção da educação sexual e da saúde reprodutiva, a igualdade de género, a escolha de sexo, a liberalização do aborto, do divórcio e das famílias monoparentais, a adopção por casais homossexuais, etc.
Afinal se foram dadas tantas coisas boas por que razão temos tanta desgraça e tanta violência?
Por que razão temos tanta gente no governo, no parlamento e noutros locais da administração pública, tanta gente a governar e o país tão mal governado?
Ouvi há dias todo o parlamento e o alegado primeiro ministro a lamentarem a enorme tragédia da violência doméstica e a necessidade de tomar medidas para travar esta triste sina. Que grande hipocrisia! Não está já aprovado tudo o que é bom?
Desta vez até o deputado do partido dos animais levantou a voz contra o morticínio de mulheres em contexto familiar. Se os animais são hoje mais do que tudo nos diplomas aprovados no parlamento por que não aprender com eles a forma de eliminar tanta violência em contexto familiar? Todos os deputados viram já com certeza aqueles grandes mamíferos em lutas ferozes, na época de acasalamento. A violência acontece antes de acasalar e não depois. Por esta razão, desafio todos os deputados amigos da natureza e dos animais a aprovar uma lei que proíba o sexo antes do casamento como acontecia há algumas décadas. Além disso desafio todos os deputados católicos a defender a mesma lei porque, aos olhos de Deus, o sexo antes do casamento é pecado.
Quanto aos animais, os veados acasalam com os cornos partidos, exaustos e com feridas profundas, mas as dores da violência doméstica dos seres humanos, depois do acasalamento, são muito mais dolorosas porque muitas vítimas perdem a vida e são completamente inocentes.


domingo, 10 de fevereiro de 2019

Nova Carta aberta ao Sr. primeiro ministro 10-2-2019

Calamidade pública/violência privada – o espelho deste governo
Exmo senhor,
Dr. António Costa,
O número de vítimas por violência doméstica em 2019, nove só em Janeiro, é um péssimo indicador do que irá acontecer no futuro e a confirmação do que tem acontecido nesta legislatura. Desde que V. Exa tomou de assalto a cadeira de primeiro ministro (porque não ganhou as eleições) que um rasto de destruição e morte tem alastrado por toda a parte perante a total incapacidade do governo de inverter esta tendência. Na carta aberta, que dirigi a V. Exa, publicada em 29 de Novembro de 2015, referi que “este governo é a imagem da desgraça e da ruína” e não me enganei. Terminei essa carta dizendo que “um governo que apoia e financia a morte só pode esperar que o país se transforme num enorme cemitério. Não vale a pena ter tanta gente no governo a não ser que desempenhem a função de coveiros.” Mais uma afirmação que se confirmou ao longo destes últimos anos com a enorme destruição e morte provocada pelos incêndios, e não só, sem que V. Exa impedisse tanta calamidade apesar de já ter sido ministro da Administração Interna há mais de uma década e de ter lidado com o problema dos incêndios sem o resolver.
Sobre a violência doméstica o único culpado é V. Exa que prometeu (eu vi e ouvi nos media), em campanha eleitoral: “Eu vou acabar com a violência doméstica”. Foi mais uma promessa não cumprida o que comprova a total culpabilidade de V. Exa por todas as vítimas que morreram nestes últimos anos. É impossível reparar estes danos e a morte é uma chaga que alastra pelas famílias, pelos amigos e pela sociedade que fica mais pobre e doente. V. Exa, Sr. António Costa, não deveria ser chamado a prestar contas perante os portugueses por ter afirmado que iria acabar com toda a violência doméstica e não o ter feito? Eu próprio exijo responsabilidades como prometi em 2015. O que vale, agora, condenar e lamentar estas desgraças? Vejo as imagens do parlamento e do governo em unânimes lamúrias e no minuto seguinte mais uma notícia de um novo caso de agressão. O que é que vai fazer para inverter esta trajectória de morte?
Vai pôr um agente da autoridade em casa de cada família?
Para quê se os agentes são agredidos e condenados no exercício das suas funções quando impõem a ordem e a autoridade do Estado?
Vai levar todos os agressores a tribunal?
Para quê se a justiça é lenta, não tem meios nem pessoal e os juízes, em geral, arquivam as queixas ou mandam os alegados criminosos em liberdade?
A violência doméstica não se elimina com artes mágicas ou por decreto mas com competência na governação. Usando uma metáfora, se num rebanho houver muitas ovelhas mal-tratadas, feridas e com fome toda a gente dirá que o pastor não sabe cuidar dos animais, não procura as melhores pastagens e deixa que os predadores ataquem o redil. O mesmo se passa com um primeiro ministro e o seu governo perante um país inteiro. Os conflitos, as quezílias, as guerras nas famílias não se resolvem por meio de boas intenções do governo, decretos ou cargas policiais. São problemas que se podem evitar com uma educação para os valores da cidadania, da honestidade, da honra, da fidelidade, da verdade e da responsabilidade que se adquirem a longo prazo. Agostinho da Silva defendia três SSS como condição para o sucesso educativo e de toda a sociedade: Saúde, Sustento e Segurança. Concordo com ele. Agora basta ver o que se passa em Portugal com cada um destes domínios para que os portugueses vivam, cresçam e sejam felizes. Que saúde? Que sustento? Que segurança?
       Apresento a V. Exa os meus cumprimentos.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

A fraude global

Na aldeia global em que vivemos hoje, tudo assume uma dimensão global: o aquecimento, o comércio, o terrorismo, as redes sociais, etc.
Só houve "FRAUDE" NA CGD? Nós, por cá, temos uma doença endémica instalada no poder político: a fraude global, do topo até às bases. Alguns exemplos:
1. O GOVERNO – O primeiro ministro não ganhou as eleições, prometeu que não iria aumentar mais os impostos, não cumpre muitas das promessas do orçamento de Estado como a recuperação do tempo de serviço dos professores, prometeu que iria acabar com as mortes por violência doméstica, oficializou a corrupção ao definir o valor das prendas que os titulares de soberania podem receber mas ninguém controla esses valores, mantém como lei oficial da República a licença e a liberalização da morte prematura das gerações futuras que financia a cem por cento enquanto não ajuda na mesma proporção as mães que desejam criar e educar os filhos, nunca assume a responsabilidade por quaisquer desgraças que aconteçam devido à ineficácia e incompetência própria ou dos membros do governo, retirou a liberdade da educação entre o ensino público e privado, não se empenha no combate à corrupção e pactua com as injustiças das falências dos bancos e banqueiros que o povo é obrigado a salvar, etc.
2. O PARLAMENTO – Alguns deputados votam sem estar no parlamento, mentem sobre o local de residência e recebem por viagens que não fazem sem que haja alguém que exija responsabilidades. O próprio regimento parlamentar é uma enorme fraude. Não existe democracia parlamentar quando os deputados da oposição têm o mesmo poder dos deputados do governo. Que mandato têm os deputados vencidos nas urnas para votarem a favor ou contra seja do que for? Os deputados vencidos não deveriam apenas apresentar críticas e/ou sugestões sobre as deliberações contrárias às suas convicções, protestar quando estiverem em desacordo, com toda a liberdade, sem serem presos ou reprimidos nas suas acções? Como é que se pode governar com a indecisão permanente, o impasse e a paralização? É pura anarquia. Tudo é adiado e nada se resolve para responder aos problemas do país.
3. AS AUTARQUIAS – Muitas autarquias criam empresas municipais duplicando os gastos, em quase todos os municípios portugueses. As facturas da água cobram mais em taxas do que em consumo real. Há situações em que se pagam montantes elevados com zero metros cúbicos de água consumida.
4. OS SERVIÇOS PÚBLICOS – A maior parte dos serviços públicos é um caos. O cidadão é mal servido e não pode reclamar. As forças de segurança são atacadas e condenadas no exercício da sua função de impor a ordem pública enquanto os alegados criminosos são tratados como heróis.
        5. A JUSTIÇA – Proliferam as burlas, favorecimento, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, corrupção e grande parte dos casos nunca é resolvido pela justiça a tempo e a horas.