sexta-feira, 16 de julho de 2010

"Salto escolar"

Nenhum aluno estava preparado para passar do 8.º para o 10.º ano, só porque tinha atingido os 15 anos. (Que bela idade! Quem me dera ter 15 anos!) Afinal a idade não é um posto.
Os atletas de alta competição, que participam nos Jogos Olímpicos, treinam diariamente, com esforço, para poderem ganhar no salto em comprimento, no salto em altura ou no triplo salto. Não podem fazer batota na colocação do pé de apoio, junto da linha e não podem tomar qualquer tipo de fármacos para saltarem com mais força. Se treinarem apenas na véspera, o mais certo é nem sequer serem apurados para as provas. Parece que o governo queria dar a alguns alunos uma espécie de dopping institucional à margem do funcionamento normal do "desporto escolar" para um duplo salto ou para um salto em altura, sem a devida preparação dos atletas.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Carta Aberta ao Partido Socialista

Ex.mos Senhores dirigentes e militantes do PS,
O Socialismo acabou, não só cá como na Europa e por todo o mundo. Há muito tempo que temos ouvido dizer, por cá, que foi posto na gaveta. A prática política deste governo atesta, com toda a clareza, esta conclusão. O Partido Socilaista, que está no governo, é como um náufrago agarrado à bóia de salvação no meio de uma enorme tempestade, presa ao navio, com a casa das máquinas inundada. O navio é o próprio país.
O Socialismo, em Portugal, afinal nunca existiu. É um resíduo virtual das lutas históricas do século XX, importadas, como sempre aconteceu. Nunca criámos nada, importámos tudo.
Quando os históricos revolucionários do século XIX, nos alvores da Revolução Industrial se indignaram contra as situações de exploração capitalista, de mão de obra barata, que enchia os bolsos aos ricos proprietários, nas fábricas inglesas, onde se trabalhava de sol a sol, como na agricultura, sem que alguma vez alguém tivesse falado em direitos dos trabalhadores, em horários de trabalho e em salários justos, a força da indignação e da revolta deu origem ao “Socialismo”, às rectóricas da igualdade e da justiça social e da repartição mais justa da riqueza entre assalariados e patronato. Pura ilusão!
Hoje não há revolucionários, foram um fogacho que se apagou. Os auto-proclamados herdeiros destes ideais, auto-intitulados defensores dos trabalhadores, dos desprotegidos e dos pobres, aqueles que se dizem de esquerda, nunca souberam fazer mais nada na vida, a não ser, ir ao bolso do grande patronato e nacionalizar, confiscar e distribuir, atacando-o como criminoso, expoliando-o dos seus bens como inimigo a abater. Destruído o patronato, a força criadora de novos empregos e a iniciativa privada criadora de riqueza, estes supostos defensores da Justiça Social e do Socialismo, que em 1975, em Portugal, começaram a delapidar a economia nacional e a esvaziar os bolsos dos patrões, vieram, mais recentemente, prometer cento e cinquenta mil empregos, progressismo, bem estar e tudo o que se imagina num paraíso terreal. Mas o resultado foi precisamente o oposto: a crise da miséria, da penúria e da fome.
Muitos destes lutadores anti-fascistas, hoje, grandes figuras históricas, na reforma, substituiram os grandes capitalistas através da demagogia, do seu poder e influência. A diferença é que os chamados capitalistas exploradores do passado davam emprego, criavam riqueza, construiam fábricas, em nome do progresso económico, do lucro e da felicidade. Morriam com a sensação de terem deixado obra feita. Os capitalistas de hoje vivem das suas fortunas acumuladas em função dos altos cargos que ocuparam, alegadamente ao serviço do povo, da fama que alcançaram, das reformas douradas e de todo um conjunto de benesses e mordomias que eles próprios definiram a seu favor, atraiçoando quem os elegeu, em nome da igualdade. Morreram ou morrem deixando a sensação de que foram mais parasitas e exploradores do povo do que aqueles que combateram. A tão propalada igualdade e justiça social ficaram no papel. Se no passado as injustiças sociais estavam na exploração de algum trabalho escravo e nos baixos salários, hoje estão nas centenas ou milhares de remunerações, regalias e mordomias altamente escandalosas mas improdutivas e inúteis dos incompetentes detentores do poder e dos seus acólitos (boys), que como sanguessugas do povo “comem tudo e não deixam nada”. Antes, as injustiças eram localizadas nesta ou naquela empresa, hoje a injustiça está nacionalizada. Esta é a razão da actual crise mundial. Qual adolescente, insubmisso e insolente, que devolve o carro ao pai, sem gasolina e a precisar de oficina, tal é o PS e o governo, em Portugal, no seu afã de privatizar para tentar remediar.
O Socialismo é uma doutrina estéril que só sobrevive em cima do capitalismo. É como um parasita que não subsiste se não estiver a sugar o sangue do animal a que está agarrado. A crise de hoje é um parasistismo sem presa, porque não há quem produza. Só o Estado Previdência e Providência, Estado “papá”, todo poderoso (mas sem poder, sem capital), poderá matar a fome aos infelizes, sempre submissos e sem forças para se sustentarem por si próprios.
Outra vertente do Socialismo é o seu materialismo e o desprezo pelos valores da transcendência e da espiritualidade. Em nome do laicismo e da isenção, destruiu todos os valores do humanismo e da dignidade humana: as leis do aborto, do divórcio “à la carte”, do “casamento gay”, etc. são disso exemplo claríssimo. Nunca haverá recuperação, neste país, enquanto estas leis não forem rasgadas. Mais cedo ou mais tarde, uma árvore com as raízes cortadas acabará por morrer. O Socialismo materialista cortou as raízes principais que sustentam a vida e são a base da nossa tradição cultural.
A ingenuidade socialista é ilimitada: “semea ventos mas não espera colher tempestades”. A crise e os males sociais são sempre culpa dos outros. As suas alegadas boas intenções justificam a sua suposta inocência, mas a sua real incompetência ético-política e filosófica é a causa de toda a degradação da vida social e pessoal dos cidadãos portugueses e do colapso do país.
A ruína, o caos e a desorientação são visíveis em todos os sectores: na Economia, na Justiça, na Educação, na Saúde, nada escapa porque a podridão e a doença alastram por toda a parte.
No domínio da Economia, tudo está a encerrar as portas. Qual taberna sebenta, cujo dono está velho, trôpego e doente, sem clientes, cheia de pó e de teias de aranha que ostenta no vidro partido da janela a etiqueta “Trepassa-se”, tal é o país em que vivemos, local indesejado, sem interessados no negócio: fecham fábricas, encerram empresas e serviços imprescindíveis à vida dos cidadãos e do país: a oficina do bairro, a loja, o minimercado, o escritório, o contabilista, tudo fecha as portas, num cenário de fim do mundo e de despedida.
O custo de vida sobe, diminui o poder de compra e falta o dinheiro. Aquilo a que devíamos ter direito e nos foi prometido: o pão, a saúde e a habitação tornaram-se inacessíveis. Pagamos tudo a dobrar, com os impostos e com taxas moderadoras. Só os ricos se podem safar, como antigamente. Nem nas estradas (SCUT) podemos andar livremente, apesar dos pesados impostos que o automóvel já carrega tal como os combustíveis que consome e que pagamos, hoje, como quando o barril de petróleo atingiu o máximo histórico, estando agora por metade. O país que é nosso, que é do povo, afinal, é só para alguns. É nosso mas temos que pagar.
Por outro lado, as portas do desemprego abrem-se, de par em par, todos os dias. Aumenta o número de pessoas a viver de subsídios, do rendimento mínimo e de esmolas. A falta de trabalho, a ociosidade dá azo a outros males, em cadeia, vícios, crimes, doenças nervosas, depressões, etc. O governo limita-se a justificar o nosso mal com o mal dos outros: “os outros estão igual ou pior que nós”, um paliativo enganador. “A crise é geral”. Ninguém pode confirmar ou desmentir. Lá fora, tão longe...
No campo da Justiça o cenário não é melhor. O crime e a insegurança nas ruas, nos comboios, nas habitações é cada vez maior. As forças de segurança não seguram nada e elas próprias se sentem revoltadas e frustradas porque é inglório o seu esforço e sentem que estão a obedecer a um poder desnorteado. O sistema judicial parece estar totalmente politizado. A desordem política reflecte-se na ineficácia da Justiça onde nada se resolve, o criminoso é protegido e as vítimas não vêem defendidos os seus direitos. A máquina da Justiça é como uma locomotiva do séc. XIX, pesada, enferrujada e bloqueada por um simples grão de areia na complicada engrenagem, ineficaz, inútil e dispendiosa.
O sector da Educação parece ter-se transformado numa agência de diplomas grátis. O partido Socialista e o seu governo consideram que qualquer pessoa tem direito a um diploma como um trabalhador do séc. XIX a um justo salário. Enquanto se colocam taxas em todas as auto-estradas, na educação convém subir as estatísticas da escolarização com o mínimo de custos. A educação passou a ser uma auto-estrada sem portagens em que o conhecimento parece ser o que menos interessa. O trabalho penoso, o esforço e a exigência fazem parte do passado, do capitalismo rigoroso e calculista que fez as auto-estradas, o “Socialismo” parece querer servir-se delas sem restrições, com todo o facilitismo. Os professores parecem ter passado a ser uma espécie de funcionários da portagem, a quem são exigidas inúmeras tarefas burocráticas sobre avaliação de desempenho, realização de acções de formação, etc.
A Saúde está doente, porque o país tem hematomas graves por todo o corpo e o seu estado geral é de grave doença física e mental. Faltam médicos e as vagas para Medicina continuam limitadas em função de determinados interesses. O Serviço Nacional de Saúde é um simples serviço regional localizado e sem recursos. Muitas unidades de Saúde, construídas para servir as populações, são encerradas pouco depois de serem inauguradas, enquanto as clínicas de aborto têm toda a prioridade, onde não podem faltar recursos. Dá-se prioridade à morte em vez da saúde e da vida. A medicina é cara e só acessível aos privilegiados. Onde está a saúde acessível ao povo, nas regiões mais abandonadas?

Senhores dirigentes e militantes socialistas, é urgente acabar com este erro histórico e esta ilusão do Socialismo. Estais completamente enganados. O Partido Socialista, em Portugal, é o único culpado da situação ruinosa em que nos encontramos. Prometeu, mentiu e enganou descarada e intencionalmente só para se manter no poder. Os responsáveis devem ser julgados, castigados e severamente punidos. Não podemos aceitar esta situação impunemente. O país está a morrer. Não há futuro, nem esperança.