quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

XI Carta aberta ao Presidente da República "O poder está em greve"


Exmo. Senhor presidente da República,
Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa,
É urgente tomar medidas que evitem mais a ruína e a desgraça dos portugueses porque não há governo.
Assistimos a uma total inércia por parte do poder político, em geral, face à catadupa de greves, em todos os sectores de actividade, inclusivamente, na esfera do poder e da administração pública o que nos leva a concluir que todo o poder está em greve, se demitiu ou simplesmente não existe.
Não há governo. Só aparece para prometer, se desculpar, responder a esta ou outra acusação e só se faz sentir pelas piores razões: quando aumenta os impostos, quando acontecem catástrofes, acidentes ou calamidades mas ninguém sabe de nada, ninguém é responsável por nada e nenhuma entidade poderia ter evitado a desgraça. Foi assim com os incêndios em Pedrógão Grande, em Oliveira do Hospital, Tondela, Arganil, Oliveira de Frades, Lousã, Pinhal de Leiria, Monchique etc., com o assalto ao paiol de Tancos (o ministro só soube pelos jornais?), com a derrocada da estrada em Borba e em muitos outros casos em que as vítimas mortais e os prejuízos não são ressarcidos e ninguém viu nada, ninguém sabia de nada e não era da competência de quem quer que fosse que desempenha funções que “prometeu cumprir com lealdade…”
É um “salve-se quem puder” e a anarquia. O povo paga os prejuízos dos bancos mas não é visto nem achado quando dão lucro e ninguém é condenado. Os deputados recebem subsídios por viagens que não fazem, marcam presença uns pelos outros, votam sem estar no parlamento enquanto os professores não vêem reconhecido o tempo de serviço efectivamente prestado. As greves sucedem-se nos hospitais, nos tribunais, na administração pública, nas escolas, nos serviços de segurança, nos bombeiros, etc. e ninguém responde e atende às justas reivindicações que foram prometidas nos programas de governo e no orçamento de Estado. O governo cala-se, demite-se ou parece fazer greve como todos os trabalhadores que a fazem. Deixa andar e espera que cada um se safe como puder. Quando a situação chega ao limite há médicos que se demitem por não haver condições para realizar o trabalho devido a cortes e cativações no financiamento. O que havemos de esperar quando o próprio poder anda completamente à deriva?
A acção deste governo é nula e inútil porque quem manda em Portugal é a União Europeia a nível global e a nível local as autarquias. O governo só aparece para cobrar impostos.
Temos um governo “faz-de-conta” que só lá está para dar um “tacho” a toda uma clientela parasita e incompetente incapaz de se sustentar a si própria de outra forma.
É urgente inverter esta rota para a desgraça.
Apresento a V. Exa. os meus cumprimentos.