Exmo. Senhor presidente
da República,
Prof. Doutor Marcelo
Rebelo de Sousa,
É urgente tomar
medidas que evitem mais a ruína e a desgraça dos portugueses porque não há
governo.
Assistimos a uma
total inércia por parte do poder político, em geral, face à catadupa de greves,
em todos os sectores de actividade, inclusivamente, na esfera do poder e da
administração pública o que nos leva a concluir que todo o poder está em greve,
se demitiu ou simplesmente não existe.
Não há governo. Só
aparece para prometer, se desculpar, responder a esta ou outra acusação e só se
faz sentir pelas piores razões: quando aumenta os impostos, quando acontecem
catástrofes, acidentes ou calamidades mas ninguém sabe de nada, ninguém é
responsável por nada e nenhuma entidade poderia ter evitado a desgraça. Foi assim
com os incêndios em Pedrógão Grande, em Oliveira do Hospital, Tondela, Arganil,
Oliveira de Frades, Lousã, Pinhal de Leiria, Monchique etc., com o assalto ao
paiol de Tancos (o ministro só soube pelos jornais?), com a derrocada da
estrada em Borba e em muitos outros casos em que as vítimas mortais e os
prejuízos não são ressarcidos e ninguém viu nada, ninguém sabia de nada e não
era da competência de quem quer que fosse que desempenha funções que “prometeu
cumprir com lealdade…”
É um “salve-se
quem puder” e a anarquia. O povo paga os prejuízos dos bancos mas não é visto
nem achado quando dão lucro e ninguém é condenado. Os deputados recebem
subsídios por viagens que não fazem, marcam presença uns pelos outros, votam
sem estar no parlamento enquanto os professores não vêem reconhecido o tempo de
serviço efectivamente prestado. As greves sucedem-se nos hospitais, nos
tribunais, na administração pública, nas escolas, nos serviços de segurança,
nos bombeiros, etc. e ninguém responde e atende às justas reivindicações que
foram prometidas nos programas de governo e no orçamento de Estado. O governo
cala-se, demite-se ou parece fazer greve como todos os trabalhadores que a
fazem. Deixa andar e espera que cada um se safe como puder. Quando a situação
chega ao limite há médicos que se demitem por não haver condições para realizar
o trabalho devido a cortes e cativações no financiamento. O que havemos de
esperar quando o próprio poder anda completamente à deriva?
A acção deste
governo é nula e inútil porque quem manda em Portugal é a União Europeia a
nível global e a nível local as autarquias. O governo só aparece para cobrar
impostos.
Temos um governo
“faz-de-conta” que só lá está para dar um “tacho” a toda uma clientela parasita
e incompetente incapaz de se sustentar a si própria de outra forma.
É urgente
inverter esta rota para a desgraça.
Apresento a V.
Exa. os meus cumprimentos.