quarta-feira, 30 de maio de 2012

Merkel, incrível!


Conta-se que, depois de uma noite de boémia, nas ruas de Lisboa, Bocage foi abordado, na penumbra da noite, por um suposto meliante que o interpelou de rompante: “quem és, donde vens e para onde vais?”. Bocage respondeu prontamente: “Sou Bocage, venho do Nicola, vou para o outro mundo se disparas a pistola”. Não sei se há meliantes destes ao virar da esquina, numa rua de Berlim. Se houver não sei o que será da senhora Angela Merkel. Provavelmente não saberá responder e poderemos colocar várias hipóteses sobre o que fará o suposto meliante.
Saber localizar num mapa a capital do seu próprio país é o que se exige, hoje a qualquer cidadão, seja de que país for. Ninguém é obrigado a saber. E ninguém ficaria espantado se isso acontecesse com um vulgar cidadão, analfabeto e incógnito. E se acontecesse com um professor? Um autarca? Um primeiro-ministro? Uma chanceler?
Na minha terra sempre se considerou que, se alguém não sabe de que terra é, isso significa o maior grau de ignorância que é possível admitir. É qualquer coisa que não se admite nem ao maior analfabeto. Toda a gente sabe ou deve saber de que terra é e onde fica situada. Se não sabe, isso significa uma total desorientação, que não sabe o que anda a fazer no mundo, que não tem projectos e que não faz distinção entre passado, presente e futuro.
Causa-me enorme espanto que a senhora Angela Merkel coloque Berlim, a capital do seu país, em território russo. Se não revela competências básicas como esta, o que acontecerá com as competências fundamentais que se exigem a quem comanda os destinos de um dos países mais poderosos da Europa e do mundo? Não será por isso que estamos todos em crise?