A luta dos professores configura um
verdadeiro golpe de Estado porque o Estado que temos nos está a destruir
gravemente. Não há outra solução. O que está em causa é a dignidade, a justiça,
a liberdade e a sobrevivência dos portugueses. A luta dos professores é um
imperativo nacional. Não podemos pactuar com a destruição do país e do seu
futuro. Está em causa a independência nacional. O país está a morrer. Se já não
temos militares nem outras forças que possam garantir a nossa integridade, quem
pode reagir a esta hecatombe, quem há-de lançar o alerta se não forem os professores?
A situação é tão grave que não
podemos permitir esta queda no abismo. Há técnicos especializados em afundar navios
militares junto à costa portuguesa para recreio e turismo, mas os governos mais
recentes foram e são especialistas em afundar o país para que os enormes polvos que cá
mandam, com os seus tentáculos poderosos, nos venham devorar como vermes para
se divertirem. A gestão danosa a que temos assistido nas últimas décadas
destruiu de tal modo a economia e as condições materiais da vida dos
portugueses que este governo, inábil e incapaz, está completamente à deriva e
sacrifica até à exaustão todos os funcionários públicos para diminuir a dívida.
O país está na bancarrota, não tem dinheiro. É preciso que o povo acorde.
Precisamos de fazer um novo golpe de Estado porque estamos no fim. O governo
não pode mentir mais sobre esta situação.
Os professores são as pessoas (a
classe) mais credíveis do país. Não mentem aos alunos como os políticos mentem
ao povo. Ensinam a enfrentar a verdade e a construir o futuro. O país são as
pessoas e o futuro está nos alunos. Os professores não podem mentir aos alunos,
ensiná-los e prepará-los para a vida, para depois ficarem no desemprego ou
terem que emigrar como têm feito os governantes nestes últimos anos: mentiram
descaradamente, prometeram que “não iam cortar nos salários, que isso era um
disparate, que não subiam os impostos, etc.”, mas depois fizeram, precisamente,
o contrário. Alguém acredita nos políticos que nos governam que atrás de
medidas drásticas vêm outras piores? Onde é que isto vai parar? Esta luta é um
mal necessário. Se com a morte de uma andorinha não acaba a primavera, com um
dia de greve ninguém morre, mas com governos incompetentes morrerão todas as
andorinhas e todas as primaveras. Não podemos brincar com a educação, com os
alunos e com a vida dos professores.
Nos últimos anos foram construídas
escolas, estradas e autoestradas, por todo o país, mas Portugal e os portugueses
estão a ser destruídos. Isto é inaceitável. A luta dos professores é apartidária.
O futuro do país está acima dos partidos que estão completamente desacreditados
porque esta classe política reinante tem levado o país à ruína. É uma classe
política parasitária que consome a seiva que dá vida ao país. É preciso
eliminar, rapidamente, estas sanguessugas pestilentas, antes que seja tarde. É
cada vez mais urgente um professor no governo para que ponha os pontos nos is.
Os políticos parecem, hoje, um
conjunto de palhaços ou marionetas ao serviço de grandes interesses económicos
e financeiros que mantêm o povo escravizado, enganado e controlado. Exigimos
democracia política e económica.
Os três poderes do Estado são uns
fantoches que se demitiram das suas funções e se tornaram subservientes dos
interesses da economia especulativa. Já não vivemos em democracia, estamos em
estado de sítio e de calamidade pública em que as leis não defendem os
interesses do povo nem são a expressão soberana da sua vontade.
A justiça, que devia ser
independente, é um enorme elefante branco. Sucedem-se os grandes crimes económicos
de colarinho branco (reais) e os grandes desfalques que arruínam a vida do país
e semeiam o desemprego, a miséria e a fome sem que a justiça exerça o seu
poder sancionatório eficaz.
É urgente, não só uma Revolução
Nacional, mas também uma grande Revolução Europeia como a Revolução Francesa de
1789 para acabar com os enormes privilégios da classe política exploradora,
déspota e injusta e proclamar de novo a LIBERDADE, A IGUALDADE E A
FRATERNIDADE.