sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A justiça e os naufrágios



O comandante do Costa Concordia, o navio já apelidado de “Titanic do séc. XXI”, foi detido por fuga, negligência e homicídio involuntário, segundo uma das muitas notícias que os órgãos de comunicação social nos deram. Mesmo sem terem sido apurados todos os factos o comandante continua em prisão domiciliária.
Que grande diferença existe entre a justiça italiana e a portuguesa a propósito de naufrágios. O ex-comandante do governo e da política portuguesa, José Sócrates, também afundou o país, fugiu para Paris e muitos portugueses consideram-no suspeito de homicídio, mas a justiça portuguesa nada fez. Suspeito de homicídio, indirectamente, de milhares de vítimas do aborto e responsável directo da aprovação dessa mesma lei. Responsável, ainda pela gestão criminosa que o obrigou a pedir ajuda externa, depois de ter afirmado inúmeras vezes que não seria preciso. A ruina em que vivemos actualmente não provocou já muitas mortes: homicídios, suicídios, etc.?
O comandante Francesco Schettino foi acusado de fuga ao ver o navio a afundar-se. E o que fez José Sócrates depois de ver que o país se estava a afundar? Exilou-se? Refugiou-se, antecipadamente, antes que o chamem à justiça?
O que leva um ex-primeiro ministro a fazer as malas e sair do país tão depressa depois de ter perdido as eleições? Não parece uma fuga aos inúmeros casos graves de justiça onde o seu nome é o maior suspeito? Não parece um daqueles condutores que atropela e foge para não assumir as responsabilidades?
As autoridades italianas serviram-se das conversas gravadas nas caixas negras do navio para acusar o comandante e deram-lhe a devida credibilidade para acusar o comandante do navio. E o que fizeram as autoridades máximas da justiça portuguesa em relação às “caixas negras” da política portuguesa? As autoridades judiciais portuguesas, em vez de analisarem as gravações validadas pela autoridade competente no chamado caso “Face Oculta”, mandaram-nas destruir, pura e simplesmente.
Como é possível sairmos da crise se a Justiça portuguesa está completamente atolada na lama da podridão, da corrupção e da impunidade?

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