sábado, 13 de dezembro de 2008

A Bancarrota

A crise, a ignorância e o caos…

Há já alguns dias, o senhor Primeiro Ministro e o senhor Ministro das Finanças sossegavam toda a gente de que a crise não iria atingir o nosso país porque temos uma economia capaz de resistir à crise. Uns dias depois ouvimos o chefe do governo dizer que o próximo ano vai ser favorável porque a gasolina, os juros e as prestações da casa estão a descer, mas no dia seguinte o mesmo chefe do governo afirmou que o próximo ano vai ser difícil e que temos de estar preparados. Até o governador do Banco de Portugal veio afirmar que o país pode entrar em recessão técnica ainda durante este ano e que virão dias difíceis no próximo ano. A culpa da crise é de fora, ninguém cá dentro tem responsabilidades, dizem.

A par de tudo isto vemos o senhor Primeiro Ministro lançar obras e mais obras apregoando o investimento público como forma de enfrentar a crise. Com que dinheiro irá ele pagar todas estas obras se só o Ministério da Saúde tem uma dívida de 908 milhões de euros, segundo informações dos últimos dias?

Enquanto isso muitas empresas esperam pelo dinheiro que o Estado lhes deve e muitas outras, devido às dívidas acumuladas, acabam por falir. Com fábricas a fechar, o desemprego a aumentar e o povo sem dinheiro, para quê novas estradas? Para que os ladrões fujam mais depressa com o dinheiro que ainda resta nos bancos, nas caixas registadoras das bombas de gasolina e o resto do ouro das ourivesarias?

Para quê subsidiar o sector automóvel, se não há dinheiro para comprar carros?

Para quê construir ou reconstruir escolas, se a população escolar está a diminuir e o Estado não tem dinheiro para pagar dignamente aos professores? Para educar as crianças que não nascem porque são sepultadas na barriga das mães com o aborto?

Será que este governo quer criar um país fantasma com boas estradas, auto-estradas e todo o tipo de infra-estruturas sem poderem servir para nada?

Como é que um país super endividado, com o povo, totalmente, asfixiado com impostos poderá pagar ainda mais dívidas? Se uma família estiver com dívidas até aos cabelos, sem recursos e sem expectativas de poder pagar, a solução é endividar-se ainda mais? Bem se vê que quem governa está completamente desnorteado devido a políticas erradas e perniciosas, sem saber o que fazer e por isso a solução é arruinar o país até ao fundo e depois apresentar-se como vítima da crise internacional e, ingenuamente, fechar a porta da desresponsabilização, como já é tradição neste país.

É urgente uma nova “Lei das Sesmarias”, um novo “Mestre de Avis”, um novo “D. João IV” ou um novo “Marquês de Pombal” que reconstrua este país, não de um abalo sísmico ou terramoto, mas de um caos político, moral e social.

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