domingo, 21 de dezembro de 2008

Anarquia no governo

Democracia?

As recentes afirmações do senhor primeiro-ministro, ao declarar que as discordâncias entre o governo e o Presidente da República são um “mero exercício de democracia”, são uma prova de completa ignorância e de incompetência. A diversidade de opiniões verifica-se entre o povo que elege o governo e o Presidente da República. Os órgãos de soberania eleitos devem cooperar e não andar em “guerra” uns com os outros. O partido que ganha as eleições deve pôr o interesse nacional acima do interesse partidário e de tudo o resto. Não me parece ser esta a intenção do chefe do governo. Quando um partido se encontra no poder e, servindo-se dessa posição dominante, faz uma espécie de chantagem perante outro órgão de soberania, desafiando-o e minando o normal funcionamento da gestão do Estado, por sua própria iniciativa, estamos perante um acto de perversidade e de usurpação de funções e uma grande falta de respeito pelo povo.

Se o senhor primeiro-ministro reconhece que a divergência incide numa questão constitucional, tendo muitos especialistas na matéria, de vários quadrantes políticos, dado razão ao senhor Presidente da República e sendo a Constituição a lei fundamental que regula todo o funcionamento da democracia e do Estado, só podemos concluir que o senhor primeiro-ministro não quer outra coisa senão criar desordem.

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