Faltam três dias
para as eleições para o Parlamento Europeu e a campanha eleitoral dos partidos
do sistema, dos que já lá estão representados, revela um total incompetência
acerca do projecto europeu. A campanha tem-se resumido em ataques pessoais,
querelas partidárias e disputas de oportunismo e de propaganda mas nenhum dos
candidatos abordou os valores principais que estão na génese da União Europeia
nem os problemas principais que afectam os cidadãos europeus, principalmente,
os portugueses. As ameaças e receios de populismo e de extremismo são a prova
clara de que os responsáveis políticos pelos destinos da Europa, na actualidade,
não estão à altura das funções que desempenham.
A União Europeia
é um projecto orientado para criar condições de paz duradoura na Europa. Os dirigentes
políticos do pós-guerra, perante a destruição de grande parte da Europa e a
morte de milhões de pessoas, decidiram construir um futuro de paz. Começaram por
controlar o fabrico de armas com a Comunidade Económica do Carvão e do Aço.
Muitos outros tratados e acordos foram feitos até aos dias de hoje.
Somos herdeiros
deste projecto que devemos defender e continuar. Muita coisa está por fazer. Talvez
ainda estejamos perante um simples esboço. A concretização de valores e de
direitos prometidos está muito longe de ser cumprida. É preciso voltar à origem
e colocarmo-nos novamente perante o desafio de criar a paz e a liberdade, garantir
a segurança, defender os direitos humanos nesta Europa dominada por conflitos,
pelo brexit, pelo descontentamento, pelo cepticismo e pela desconfiança nos
políticos, nas instituições e nas promessas de paz e de harmonia social.
As leis da
natureza são universais e as leis e convenções criadas pelos homens e pelas
instituições humanas também devem ir nesse sentido para poderem garantir mais
justiça e igualdade. A dignidade humana deve ser a base da cidadania europeia.
A política sobre
as fronteiras externas da União Europeia, a imigração e muitos outros problemas
inerentes devem ser discutidos e resolvidos a bem de todos. Se eliminámos as
fronteiras internas não é justo que se eliminem também as externas. A União
Europeia não pode ser um espaço de anarquia e de desordem, uma terra de
ninguém. Se todos os países controlavam as suas fronteiras antes da União
Europeia por que razão não se aplicam regras em todas as fronteiras externas. Controlar
as fronteiras não significa negar a imigração mas monitorizar quem entra e quem
sai.
Em relação a
Portugal há vários assuntos que devem ser novamente discutidos e equacionados:
por que razão a União Europeia exigiu a Portugal que acabasse com a
agricultura, com a pesca e outras actividades aquando da entrada em 1986? Por que
razão os portugueses não podem produzir livremente os seus produtos na
agricultura, na pesca, na pecuária ou silvicultura sem estar condicionados por
cortes? Faz sentido subsidiar a não produção e impor quotas só para manter os
preços e defender os grandes grupos e as grandes empresas quando existem
milhares de pessoas a morrer de fome no mundo? Não há outra solução a não ser
os cortes? A evolução tecnológica permite hoje a utilização de máquinas e
ferramentas que facilitam o trabalho agrícola e por outro lado há inúmeros produtos
típicos regionais de grande qualidade que não devem ser desprezados. Não podemos
olhar só para o lucro mas para o equilíbrio da economia, a ocupação das pessoas
e a defesa de tradições. Os cortes são um dos factores de despovoamento do
Interior, do abandono dos campos e do encerramento de muitas actividades que
davam emprego a muitas pessoas.
Notícias recentes
dão-nos conta de que os portugueses pagam a electricidade mais cara da Europa. Isso
também acontece com os combustíveis, com os automóveis e com a generalidade dos
bens de primeira necessidade face aos baixos salários dos portugueses. Não ouvimos
nenhum dos candidatos do sistema a prometerem lutar contra estas injustiças. Se
nos prometeram livre circulação por que razão continuamos a pagar taxas
alfandegárias?
A União Europeia
não serve só para impor medidas de austeridade e cortes aos portugueses. Queremos
votar em alguém que nos defenda e que defenda a igualdade e a dignidade dos
portugueses perante toda a Europa. O Dr. Paulo de Morais e o “Nós, Cidadãos”
são a única força política que garante a defesa dos valores fundamentais da
União Europeia, o combate à corrupção, a luta pela transparência, pela justiça
e pela igualdade de todos os cidadãos europeus.
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