sexta-feira, 9 de abril de 2010

Salários dos gestores (públicos)

Numa época de crise e de penúria, toda a gente critica as escandalosas remunerações que certos gestores (públicos) recebem só porque se sentam na cadeira principal da empresa onde trabalham.
Muitos filósofos, políticos e outros lideres bradaram, ao longo de vários séculos, contra a injustiça, a exploração do homem pelo homem e a escravatura, e clamaram pela democracia, pela igualdade, pela justiça social e pela dignidade da pessoa humana. Muitas páginas da História foram escritas com o sangue dos pobres, dos oprimidos e dos explorados perante a ganância, a prepotência e a avareza de gente sem escrúpulos que se apoderou injustamente do pão que os próprios pobres produziram e lhes foi negado. Onde está a democracia? A igualdade? E a justiça social?
Que Civilização é esta em que vivemos que permite situações tão injustas e escandalosas? Onde estão tantas “Cartas de Direitos” (do Homem, da Criança, etc.) produzidas ao longo das últimas décadas desta, chamada, Idade Contemporânea ou Pós-Moderna, também classificada de evoluída, progressista e humanista?
Até o próprio Cristo afirmou que “é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus”.
O que se pede a um gestor como a qualquer outro trabalhador é que cumpra o seu dever com brio, competência e profissionalismo. Porque é que um gestor merece prémios avultados só porque cumpriu o seu dever? Será o gestor o único responsável pelo sucesso de uma empresa? Terá a sua quota de responsabilidade. Será justo ter uma remuneração compatível mas nunca escandalosa. Será que quando uma empresa vai à falência, o gestor é responsabilizado por isso em termos monetários na mesma proporção em que é premiado quando se lhe atribui sucesso? Nunca tive conhecimento de casos destes.

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