sexta-feira, 25 de maio de 2018

De lapso em lapso até ao colapso


Estamos em Maio de 2018 e o primeiro ministro, que se apoderou da cadeira do poder em Portugal sem ganhar as eleições, defendeu um ministro do seu governo em situação irregular que, num verdadeiro Estado de Direito, deveria ser demitido, sem contemplações. O ministro incumpridor criou uma empresa imobiliária um dia antes de tomar posse e manteve-se em funções governativas durante alguns meses até “descobrir” que infringia certas normas por continuar a exercer, em simultâneo, as funções de gerente da sua empresa.
O primeiro ministro António Costa argumentou apenas, de uma forma simplista, que o ministro em causa cometeu um lapso e que qualquer um pode cometer um lapso. Por outro lado, o ministro alegou que desconhecia que estava a infringir a lei e que logo que foi informado deixou a gerência da empresa.
Perante este paradigma de argumentação sobre a resolução de um problema de incompatibilidade identificada na lei, o chefe do governo abre um precedente e cria um paradigma que qualquer cidadão deve poder usar perante as situações mais diversas sempre que cometa alguma irregularidade. Por exemplo, sempre que seja interpelado pela autoridade a propósito de uma infracção do código da estrada, dirá: “Foi um lapso senhor agente, eu desconhecia que circulava em excesso de velocidade. Mas não há problema, não fiz nada, já corrigi a velocidade logo que fui informado. Um lapso acontece a qualquer um. Espero que nunca lhe aconteça. Desejo-lhe as maiores felicidades. Bom dia!”. E está o problema resolvido.
Pelos vistos deixou de ser obrigatório conhecer as leis. Por isso é que este (des)governo é fértil em lapsos, casos de corrupção, promiscuidade, favorecimento, cortes, cativações, má gestão, etc. tudo protegido pelo famoso código de conduta, uma verdadeira bota de elástico. Tantos casos e tantos lapsos, esperamos pelo colapso, brevemente.

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