Calamidade
pública/violência privada – o espelho deste governo
Exmo senhor,
Dr. António
Costa,
O número de
vítimas por violência doméstica em 2019, nove só em Janeiro, é um péssimo
indicador do que irá acontecer no futuro e a confirmação do que tem acontecido
nesta legislatura. Desde que V. Exa tomou de assalto a cadeira de primeiro
ministro (porque não ganhou as eleições) que um rasto de destruição e morte tem
alastrado por toda a parte perante a total incapacidade do governo de inverter
esta tendência. Na carta
aberta, que dirigi a V. Exa, publicada em 29 de Novembro de 2015, referi
que “este governo é a imagem da desgraça
e da ruína” e não me enganei. Terminei essa carta dizendo que “um governo que apoia e financia a morte só
pode esperar que o país se transforme num enorme cemitério. Não vale a pena ter
tanta gente no governo a não ser que desempenhem a função de coveiros.”
Mais uma afirmação que se confirmou ao longo destes últimos anos com a enorme
destruição e morte provocada pelos incêndios, e não só, sem que V. Exa
impedisse tanta calamidade apesar de já ter sido ministro da Administração
Interna há mais de uma década e de ter lidado com o problema dos incêndios sem
o resolver.
Sobre a
violência doméstica o único culpado é V. Exa que prometeu (eu vi e ouvi nos
media), em campanha eleitoral: “Eu vou acabar com a violência doméstica”.
Foi mais uma promessa não cumprida o que comprova a total culpabilidade de V.
Exa por todas as vítimas que morreram nestes últimos anos. É impossível reparar
estes danos e a morte é uma chaga que alastra pelas famílias, pelos amigos e
pela sociedade que fica mais pobre e doente. V. Exa, Sr. António Costa, não
deveria ser chamado a prestar contas perante os portugueses por ter afirmado
que iria acabar com toda a violência doméstica e não o ter feito? Eu próprio
exijo responsabilidades como prometi em 2015. O que vale, agora, condenar e
lamentar estas desgraças? Vejo as imagens do parlamento e do governo em
unânimes lamúrias e no minuto seguinte mais uma notícia de um novo caso de
agressão. O que é que vai fazer para inverter esta trajectória de morte?
Vai pôr um
agente da autoridade em casa de cada família?
Para quê se os
agentes são agredidos e condenados no exercício das suas funções quando impõem
a ordem e a autoridade do Estado?
Vai levar todos
os agressores a tribunal?
Para quê se a
justiça é lenta, não tem meios nem pessoal e os juízes, em geral, arquivam as
queixas ou mandam os alegados criminosos em liberdade?
A violência doméstica não se elimina com artes mágicas
ou por decreto mas com competência na governação. Usando uma metáfora, se num
rebanho houver muitas ovelhas mal-tratadas, feridas e com fome toda a gente
dirá que o pastor não sabe cuidar dos animais, não procura as melhores
pastagens e deixa que os predadores ataquem o redil. O mesmo se passa com um
primeiro ministro e o seu governo perante um país inteiro. Os conflitos, as
quezílias, as guerras nas famílias não se resolvem por meio de boas intenções
do governo, decretos ou cargas policiais. São problemas que se podem evitar com
uma educação para os valores da cidadania, da honestidade, da honra, da
fidelidade, da verdade e da responsabilidade que se adquirem a longo prazo. Agostinho
da Silva defendia três SSS como condição para o sucesso educativo e de toda a
sociedade: Saúde, Sustento e Segurança. Concordo com ele. Agora basta ver o que
se passa em Portugal com cada um destes domínios para que os portugueses vivam,
cresçam e sejam felizes. Que saúde? Que sustento? Que segurança?Apresento a V. Exa os meus cumprimentos.
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