sexta-feira, 1 de abril de 2011

Última hora: José Sócrates em Tribunal

“Face Oculta”, “Freeport”…
Face aos novos desenvolvimentos do caso “Face Oculta” o procurador responsável pelo processo afirmou que José Sócrates poderá ser chamado a Tribunal, acusado do crime de atentado contra o Estado de Direito, na sequência das escutas em que foi interceptado em conversas com várias pessoas ligadas aos negócios do sucateiro de Ovar, da Taguspark, com responsáveis de topo de uma empresa de telecomunicações e com o vice-presidente de um banco. A ordem de destruição das escutas não foi cumprida por ter por base uma decisão meramente política e não jurídica, já que a sua destruição poria em causa o desenrolar de todos os outros processos e o seu esclarecimento total, disse.
Este profissional dos meios judiciais acentuou que a Justiça tem vindo a ser descredibilizada, há vários anos, aos olhos dos portugueses, criando a ideia de que age na base de um claro favorecimento da classe política, nomeadamente, de quem exerce as funções de primeiro-ministro. Ora, sublinhou o procurador, ninguém está acima da lei e vivemos num Estado de Direito Democrático que pugna pela igualdade, liberdade e responsabilidade. Não é pelo facto de termos um primeiro-ministro demissionário que o processo avança, agora, mais célere e isso não significa também que o exercício de cargos políticos funcione como imunidade ou obstáculo à acção da Justiça e, ainda, que esta não pode ter dois pesos e duas medidas tratando de forma desigual governantes e governados. Sendo Portugal um país que faz parte da Comunidade Europeia, não faz sentido que os políticos de primeira linha não sejam chamados à Justiça quando, alegadamente, cometem crimes como acontece em França ou em Itália, por exemplo.
Por outro lado os procuradores que investigam o caso Freeport afirmaram que vão levar o processo até ao fim, doa a quem doer, de forma clara e transparente, dando a conhecer o destino dos largos milhares ou milhões de euros que, alegadamente, terão sido pagos para que a obra fosse autorizada naquele espaço, junto ao rio Tejo, imediatamente antes das eleições e com a aprovação dos limites da ZPE de forma, estranhamente, apressada. Os mesmos responsáveis estão agora na disposição de apresentar as tais vinte e sete perguntas a José Sócrates para que tudo seja esclarecido cabalmente. Não o tendo afirmado explicitamente, deram a entender que o caso poderá trazer grandes surpresas por estarem envolvidas outras grandes figuras da política que têm travado o processo.
Abordado sobre estas notícias que poderão trazer muitos dissabores ao ainda primeiro-ministro, José Sócrates limitou-se a dizer que já está habituado a que certos órgãos de comunicação social aproveitem a época de eleições para mais uma “ caça ao homem” e desencadearem mais uma campanha negra contra a sua pessoa cheia de ódios e de todo o tipo de ataques e perseguições pessoais, mas que isso não perturba a serenidade e determinação que sempre teve.

Sem comentários:

Enviar um comentário