quinta-feira, 12 de julho de 2007

O anti filósofo

As circunstâncias em que ocorreu a morte de um professor de Filosofia são o paradigma da forma como este governo, em geral e o Ministério da Educação, em particular, encara a educação e a cultura dos portugueses.

Pelo andar da carruagem, que este governo conduz, se percebe que só interessa adquirir meia dúzia de conhecimentos técnico profissionais desprezando tudo o que seja um conhecimento sólido baseado numa aprendizagem reflectida e bem elaborada a par de uma boa formação cívica, moral e filosófica.

Em nome do défice tudo é possível e justificável neste país. O que há alguns anos a esta parte eram os mais elementares direitos de um cidadão ou de um trabalhador, não passa, hoje, de letra morta aos olhos de um partido que sempre se afirmou como o defensor dos mais desfavorecidos. Calaram-se as vozes históricas dos seus fundadores, os arautos da liberdade, aqueles que se orgulharam de terem sido perseguidos e se exilaram noutras paragens. Mais parece estarmos perante um bando de cobardes que agora se calam quando o povo é ainda mais castigado do que eles quando fugiram. Onde está o pão, a saúde, a habitação e a educação tão prometida? Onde está a cultura e a tolerância?

Um primeiro-ministro, com o nome de um dos maiores filósofos de todos os tempos, que só vive obcecado pelo défice, fica a anos-luz dos calcanhares deste grande filósofo da Grécia antiga. Bem me parece que o maior défice que temos que enfrentar é a falta de uma verdadeira cultura e educação que torne os cidadãos livres, autónomos e responsáveis, a começar pelos governantes.

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